Como resultado da engenharia
simultânea entre desenvolvimento de traçado e Estudo de Impacto Ambiental, o
percurso planejado para receber a Nova Ferroeste garantiu uma economia estimada
de R$ 700 milhões no projeto do modal ferroviário que vai ligar Maracaju (MS)
ao Porto de Paranaguá. Esse foi um dos principais resultados do estudo
preliminar de demanda e traçado apresentado neste mês para os governadores
Carlos Massa Ratinho Junior (Paraná) e Reinaldo Azambuja (Mato Grosso do Sul).
Os estados são parceiros no projeto.
Material será esmiuçado ao
longo desta semana em cinco reportagens especiais. A intenção é explicar a
importância da implementação deste novo corredor de exportação que vai unir
duas potências do agronegócio mundial. Começando pelo traçado, nesta
segunda-feira (05). Na sequência, falaremos sobre economia, desenvolvimento
sustentável e setor produtivo, finalizando com a preparação feita pelo Porto de
Paranaguá para receber a nova demanda de grãos e contêineres, entre outros
produtos.
Em relação ao traçado, o
chamado desconto no Capex (montante de dinheiro despendido na aquisição de bens
de capital de uma determinada empresa) se deu porque a análise técnica revelou
que o melhor itinerário tem 1.285 quilômetros de trilhos ao invés dos 1.370
incialmente projetados, o que aumenta consideravelmente a viabilidade do
projeto.
O documento mostrou que o
melhor itinerário para a via férrea partindo de Maracaju passa por cidades
importantes dos dois estados como Amambaí, Dourados, Caarapó, Mundo Novo, todas
no Mato Grosso do Sul, Guaíra, Cascavel, Guarapuava e Balsa Nova, no Paraná,
antes de chegar ao Litoral. Estão previstas também a instalação de até seis
terminais de transbordo e de um ramal ligando Foz do Iguaçu à Cascavel, no
Oeste paranaense.
Economia de tempo e
dinheiro, ressaltou o coordenador do Grupo de Trabalho Ferroviário do Estado do
Paraná, Luiz Henrique Fagundes. Segundo ele, o desconto de R$ 700 milhões
significa uma redução de cerca 3,5% dentro de um projeto estimado em R$ 20 bilhões.
Fator que terá peso no processo de concessão.
“O estudo nos mostrou o
traçado mais viável, aquele que torna a ferrovia mais competitiva considerando
os trechos já existentes da ‘velha’ Ferroeste, como a ligação entre Cascavel e
Guarapuava”, explicou. “Esse trajeto será modernizado e aproveitado pela Nova
Ferroeste”.
ÁREA DE INFLUÊNCIA – O
caminho a ser seguindo pelos trens entre Maracaju e Paranaguá, de acordo com os
estudos, terá influência direta em 425 municípios (925 indiretamente) de três
estados brasileiros: Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. A área
representa cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, estimado em R$
206 bilhões.
O alcance chega ao Paraguai
(114 municípios e 39% da população) e Argentina (38 municípios e 1,2% da
população). No total, terá impacto em 9 milhões de pessoas. “É um projeto que
nasceu no Paraná, mas é nacional. Vai melhorar e muito a logística de todo o
Brasil”, disse o diretor-presidente da Ferroeste e um dos coordenadores do
projeto do novo eixo ferroviário, André Gonçalves.
A previsão é que os estudos
de viabilidade sejam finalizados em setembro e os estudos de impacto ambiental
sejam concluídos em novembro. A expectativa é colocar a ferrovia em leilão na
Bolsa de Valores do Brasil (B3), com sede em São Paulo, logo na sequência. O
consórcio que vencer a concorrência será também responsável pelas obras.
FERROVIA – O projeto busca
implementar o segundo maior corredor de transporte de grãos e contêineres do
País, unindo dois dos principais polos exportadores do agronegócio brasileiro.
Apenas a malha paulista teria capacidade maior.
A expectativa, de acordo com
os técnicos, é que pela Nova Ferroeste seja possível o transporte de 35 milhões
de toneladas por ano – ou aproximadamente 2/3 da produção da região, dos quais
74% seriam de cargas destinadas para a exportação.
AEN
Canal Meio - STF mantém Lula na corrida eleitoral
Vida e Sorteio - Sorteados de 10/04/2021