O Paraná ampliou a liderança
nacional na produção de tilápias. O volume em 2020 chegou a 166 mil toneladas,
um aumento de 14% em relação a 2019, quando foram comercializadas 146.212
toneladas. O resultado é cerca de 135% superior ao obtido por São Paulo,
vice-líder com 74.600 toneladas. O levantamento foi divulgado nesta
segunda-feira (22) pela Associação Brasileira de Piscicultura, dentro do
anuário Peixe BR 2021.
O bom desempenho do Estado
foi puxado pelo modelo cooperativista de integração. Cooperativas como Copacol
e C.Vale, ambas instaladas na Região Oeste, fizeram com que a piscicultura
paranaense crescesse em um ritmo maior do que o restante do País.
A Copacol, por exemplo,
abate 160 mil tilápias por dia nos frigoríficos de Nova Aurora e Toledo, vindas
de 230 produtores integrados. Número que, pelo planejamento, vai saltar para
250 mil peixes/dia, chegando a 400 associados em 2023. Já a C.Vale, de Palotina,
abate outras 100 mil tilápias por dia, com planejamento de curto prazo para
chegar a 150 mil.
O governador Carlos Massa
Ratinho Junior destacou que o Estado tem vocação para o cultivo de peixes,
particularmente a tilápia, que tem sido incentivada continuamente pela Governo
do Estado. “Entre os fatores que contribuem estão o rigoroso controle de
sanidade dos pescados e uma assistência técnica qualificada”, disse.
Ele lembrou também que o
Governo do Paraná aprovou uma legislação ambiental ao mesmo tempo simples e
ativa na garantia da qualidade e respeito à natureza, além de alocar recursos
por meio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) para ajudar
as cooperativas a investirem no setor. “Além disso, estamos incluindo a
piscicultura no Banco do Agricultor, um grande programa de incentivo à
agropecuária paranaense que será lançado nos próximos dias”, ressaltou Ratinho
Junior.
NACIONAL – De acordo com a
associação, seis em cada dez peixes cultivados no Brasil são tilápias, o que
faz do País o quarto maior produtor do mundo. A produção da espécie mais
importante da piscicultura brasileira atingiu 486.155 toneladas em 2020 (60,6%
do total da piscicultura). O crescimento é de 12,5% em relação a 2019 (432.149
toneladas). Puxada pelo Paraná, a Região Sul lidera a produção de tilápia com
44% do total do País – 213.351 toneladas.
EXPORTAÇÃO – No ano passado,
de acordo com os dados do anuário, a tilápia manteve a liderança no ranking de
exportação de pescados. Com 6.680 toneladas, respondeu por 88,17% das vendas
externas, com receita de US$ 10,3 milhões (cerca de R$ 55,6 milhões). O
crescimento em relação a 2019 foi de 5%.
Entre as categorias de
produtos da piscicultura exportadas em 2020, os filés frescos e refrigerados se
consolidaram como principal item, abrangendo 45,13% do total, seguido dos óleos
e gorduras (18,13%) e peixes inteiros congelados (15,01%). Essa categoria é
majoritariamente composta por filés de tilápia, item que apresenta elevado
valor agregado (US$ 6,41/kg).
Os principais compradores da
tilápia brasileira são Estados Unidos (58%), Chile (13%), China (8%) e Japão
(5%).
PEIXES DE CULTIVO – O
incremento na produção de tilápias fez com que o Paraná ampliasse a liderança
na produção de peixes de cultivo no Brasil. Foram 172 mil toneladas em 2020
contra 154.200 toneladas no ano anterior, crescimento de 11,5%, superior à
média nacional, de 5,9%.
O levantamento da Associação
Brasileira de Piscicultura aponta o Estado com domínio de 21,4% da produção
nacional. São Paulo (74.600 toneladas), Rondônia (65.500 toneladas), Santa
Catarina (51.700 toneladas) e Maranhão (47.700 toneladas) completam o grupo dos
cinco principais produtores do País.
“Tenho orgulho da capacidade
de organização da piscicultura do Paraná, fruto de muito trabalho dos nossos
produtores e das cooperativas. Participo do otimismo em relação ao setor e
imagino que haverá uma expansão qualificada das culturas, especialmente da
tilápia”, disse o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento,
Norberto Ortigara.
Segundo ele, o Governo do
Paraná prepara o lançamento de projetos que facilitem o acesso a recursos de
investimento na cadeia da piscicultura. “Estamos presentes em mais de 150
países com porco, frango e boi e precisamos atuar com muito mais força no lácteo
e no peixe, dentro da mesma logística”, reforçou.
FORMATO PARANAENSE – O
trabalho desenvolvido no Paraná foi destacado pelo presidente executivo da
Peixe BR, Francisco Medeiros, em evento online de apresentação do anuário nesta
segunda-feira. “Há dez anos, cada Estado, cada empresa, estabelecia uma
estratégia de produção, processamento e comercialização. O formato paranaense
saiu vitorioso. O que temos de fazer, neste momento, é copiar grande parte do
formato de produção, processamento e comercialização do Estado do Paraná”,
acrescentou o dirigente.
Segundo ele, a prova de que
o Paraná tem evoluído para que o setor mantenha cada vez mais destaque está no
volume de captação de recursos para custeio. Em 2019, o Estado foi responsável
por 33% do dinheiro ofertado no País. No ano passado, o porcentual saltou para
50%.
AEN
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