Importância da rotina familiar para o desenvolvimento do bebê prematuro
Policlínica Hospital busca fazer com que o espaço seja uma extensão da casa dos pequenos

O período da gestação é quando as mamães preparam a casa, o quartinho e planejam a nova rotina para que a chegada do bebê aconteça da forma mais perfeita possível. É comum sonhar com o momento da saída da maternidade com o pequeno nos braços, rumo ao início de um novo capítulo da vida que se inicia fora dali. Mas quando a vida não segue nossos planos, é preciso contar com estrutura e profissionais que acolham nossa dor e nos ajudem a enfrentar as dificuldades que se apresentam.
Assim tem sido a rotina da Daniela Moreira Bacardin Bueno. Com ampla experiência na maternidade, a mãe de três meninos precisou mudar os planos tradicionais na gestação do quarto filho. Com 31 semanas, após um exame que atestou que o bebê apresentava restrição de crescimento e que os nutrientes necessários já não chegavam até ele dentro da barriga, ela precisou passar por um parto de emergência e, desde então, um novo mundo se abriu para a família do pequeno Mateo, que veio ao mundo pesando 900 gramas e, por isso, precisou ficar internado na UTI Neonatal do Policlínica Hospital em Cascavel. “Eu achava que tinha noção de como é ter um filho na UTI porque minha sobrinha passou por isso. Ela nasceu com 29 semanas e passou 43 dias na UTI, mas só quando a gente tem filho de UTI Neonatal é que passa a entender o que realmente é. Você teve um bebê, mas não pode levar ele pra casa. Desde de que ele nasceu eu tenho dividido os meus dias entre estar em casa com os meninos e estar aqui com ele”, conta Daniela.
A funcionária pública relata que a humanização do espaço e da rotina da UTI deixam mais leve a espera pelo crescimento do pequeno. “Ao mesmo tempo que é difícil, eu nunca imaginei que eu ia ter esse tipo de atendimento que venho tendo aqui no Policlínica. Tem uma super equipe formada por profissionais de diversas áreas. As médicas são super acessíveis, estão ali o tempo todo explicando e orientando. As enfermeiras também, sempre procurando fazer com que esse período seja de acolhimento para mim e minha família e de desenvolvimento para o Mateo. Ele nasceu há 22 dias e já ganhou quase 500 gramas. Além do apoio clínico, eles oferecem ainda o psicológico. Eu não achava que precisava de psicóloga, mas o modo sutil como ela me aborda e consegue fazer com que eu me abra tem sido fundamental para eu me fortalecer emocionalmente”, garante.
Humanização da rotina
O momento mais esperado pela mamãe é o do Método Canguru, quando o bebê vai para o colo dos pais. “Sempre que eu chego no hospital, rezo o terço com ele, converso e espero ansiosa pelo momento em que ele vem para o meu colo. Esse é um projeto incrível que tem no Policlínica, porque mesmo ligado aos equipamentos e com todo o cuidado necessário, eu posso pegar o meu filho, sentir ele pertinho de mim e ele me sentir também, é a nossa hora. Tem dias que eu chego aqui e ele está agitado, mas é só colocá-lo no meu colo e ele acalma. É uma conexão incrível, eu sempre falo que não sou eu quem dá colo pra ele, é ele quem me dá”, relata Daniela, emocionada.
Olhar clínico, cuidadoso e humano
A realidade narrada por Daniela é planejada nos mínimos detalhes pela coordenação da UTI, que busca fazer com que o espaço seja, de alguma forma, a extensão da casa de cada um dos pequenos. “A nossa preocupação vai além do tratamento que cada bebê precisa. Nós buscamos fazer com que os pais se sintam acolhidos e tenham aqui um pouco do que teriam se estivessem em casa com o bebê. Disponibilizamos uma equipe incrível e multidisciplinar, formada por psicóloga, fonoaudióloga (que auxilia na amamentação), nutricionista, farmacêutico, neonatologistas especializados, pediatras experientes e profissionais com vivência em ambiente de terapia intensiva. Nós também buscamos fazer com que a família tenha uma convivência com o bebê e se sinta parte desse espaço. Para isso temos o incentivo ao colo, que fazemos tanto com a mãe quanto com o pai. Recentemente, implantamos um estofado, ao lado da cadeira de amamentação, para que o pai faça parte do momento. Isso trouxe conforto e acolhimento” garante a médica coordenadora da UTI Neonatal do Policlínica Hospital, Giselle Lustosa de Melo.
A médica conta ainda que toda a equipe se mobiliza para organizar celebrações para os pequenos e familiares. “Nós comemoramos os mesversários, Dia dos Pais, Dia das Mães. Não deixamos essas datas tão importantes passar em branco na UTI. Além disso, os pais podem trazer objetos, seja algo que compraram pro bebê ou mesmo objetos religiosos que nós, seguindo todas as normas de segurança, colocamos no leito da criança. O nosso objetivo é deixar os pais seguros de que fazemos o melhor para cuidar do que é mais precioso para eles, trazendo um pouco de alento nesse momento delicado”, reforça.
Estrutura
Não menos importante do que o acolhimento é a estrutura disponível no Policlínica Hospital de Cascavel. “Hoje temos 10 leitos de UTI Neo e recentemente recebemos duas incubadoras novas que são próprias para atendimento do recém-nascido de extremo baixo peso. Esses equipamentos permitem pesar o bebê e fazer uso o suporte de oxigenioterapia sem tirar ele da incubadora, bem como fazer o raio-x sem precisar ter o contato com a placa. E uma grande aquisição também foi o aparelho de óxido nítrico, que permite tratar o recém-nascido com diagnóstico de hipertensão pulmonar grave. É o único equipamento que existe na região Oeste e ajuda a salvar vidas. Todo o trabalho desenvolvido aqui tem o foco no bem-estar dos bebês e familiares, atendendo a todos de maneira segura e humana”, assegura Giselle.
Assessoria
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