Terminou o drama da
importação de dois milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca da
Índia. O governo local autorizou a transação, e o avião trazendo o imunizante
deve decolar para o Brasil ainda hoje. Como a vacina já teve o uso
emergencial autorizado pela Anvisa, sua distribuição deve ser imediata.
Já os insumos para
fabricação tanto da CoronaVac pelo Butantan quanto da Oxford/AstraZeneca
pela Fiocruz continuam na China. Segundo o ministro da Saúde, general
Eduardo Pazuello, o embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, disse que os
entraves ao envio são burocráticos e não políticos. Ele negou ainda que
as remessas estejam atrasadas.
A preocupação no
Planalto, porém, é grande. Há o temor de que, sem insumos, crie-se um hiato de 30 a 40 dias sem vacinas no Brasil, o que
seria desastroso para a imagem do governo.
A falta de
material para produzir vacinas expõe a fragilidade do setor no Brasil. Apenas 5% da
matéria-prima é feita no país. (Globo)
E o Butantan alertou
ontem que não tem como garantir a eficácia da CoronaVac se a segunda dose
for adiada, como querem alguns estados, para aplicar a primeira em um
número maior de pessoas. (Globo)
Correndo por
fora, representantes do laboratório União Química se
reuniram ontem com a Anvisa para tentar a autorização de uso da vacina russa Sputnik V. A
agência rejeitou o pedido feito no dia 16 por “falta de
requisitos mínimos”, incluindo a realização de estudos da fase 3 (testes
com grande número de voluntários no país). O laboratório, que tem dez
milhões de doses da vacina, quer que a utilização dela em países como
Argentina, Paraguai e Hungria seja considerada suficiente para a liberação.
Monica Bergamo: “O
ex-presidente Lula foi diagnosticado com Covid-19 no dia 26 de dezembro
em Cuba e precisou ficar 14 dias de quarentena no país. O escritor Fernando
Morais, que foi com ele à ilha, chegou a ficar internado, mas já está
curado. Eles desembarcaram na quarta no Brasil. Lula foi a Cuba
participar de um documentário sobre a América Latina dirigido por Oliver
Stone.” (Folha)
A Covid-19 fez
o que parecia impossível: cancelou o carnaval carioca e, aparentemente, os
Jogos Olímpicos. No Rio, o prefeito Eduardo Paes avaliou ser impossível
realizar a festa em julho, como previa lei sancionada pelo governador em
exercício, Cláudio Castro. Entusiasta assumido do carnaval, Paes diz que o
mais sensato é deixar para o ano que vem. (Globo)
Nos bastidores,
o governo japonês concluiu, segundo o jornal inglês The Times,
que é inviável a realização da Olimpíada de Tóquio,
prevista para o ano passado e transferida para este. A prioridade é
garantir para a cidade a próxima vaga em aberto, 2032. Oficialmente, porém,
o Japão nega o cancelamento.
Com o agravamento da
pandemia, São Paulo endureceu a quarentena. Bares, restaurantes e
comércio não essencial ficam fechados à noite e nos fins de semana. (Folha)
E como se
Manaus já não tivesse dramas suficientes, a vacinação na cidade foi suspensa diante de suspeitas de
irregularidades na distribuição das doses e de aplicação em pessoas fora da
lista de prioridade. Somente profissionais que atuam no Samu seguem
recebendo o imunizante. A previsão é que a aplicação seja retomada hoje.
O MP apura
suspeitas de desrespeito à prioridade em pelo menos sete
estados. (Estadão)
Já não era sem
tempo. O Ministério da Saúde tirou do ar o aplicativo que recomendava
“tratamento precoce” e remédios sem eficácia contra Covid-19.
Mais uma vez o
número de mortos por dia no Brasil ficou acima de mil. Foram 1.335 óbitos, num total de 214.228
e alta de 16% na média móvel. Por outro lado, 109 mil pessoas já foram vacinadas em cinco estado e no DF.
E por conta da
Covid 19, o número de mortes no país cresceu 24% em 2020.
O segundo dia
de Joe Biden na Casa Branca teve praticamente um tema: a guerra contra a
Covid-19. Não é para menos. Os Estados Unidos acumulam a liderança mundial
tanto em casos (24.570.340) quanto em mortes (408.887). Contrastando com a
postura de Donald Trump, que sempre minimizou a pandemia, o novo presidente
falou às claras e disse que a situação ainda vai “piorar antes de
melhorar”. Segundo Biden, a contagem de mortos deve chegar a meio milhão até o próximo mês, mas é possível
salvar pelo menos 50 mil vidas se os americanos levarem a sério o uso de
máscaras. Isso sem falar nos danos econômicos. Cerca de 900 mil pessoas
entraram com pedidos de seguro-desemprego apenas na última semana.
(Washington Post)
Diante desse cenário,
Biden detalhou uma nova política de combate à pandemia, com medidas
bem mais duras. Além da já anunciada obrigatoriedade de máscaras em prédios
federais, elas serão exigidas em todas as modalidades de transportes
interestaduais, e passam a ser obrigatórios teste negativo e uma quarentena
para viajantes que cheguem aos Estados Unidos. Foi criado ainda um órgão
para centralizar nacionalmente a testagem e haverá regras nacionais para a
reabertura de escolas e empresas. Leia a íntegra das novas regras. (New York Times)
O presidente não
foi o único personagem do dia. Hostilizado abertamente por Trump, Anthony
Fauci, conselheiro da Casa Branca para assuntos de saúde, voltou aos holofotes para detalhar as medidas
anunciadas por Biden. Ele não escondia o contentamento. “A ideia de poder
estar aqui, falar do que se sabe, do que as provas dizem, do que a ciência
diz, é um sentimento libertador”, resumiu. (CNN)
“Venha comigo se
quiser viver.” Com essa frase clássica da franquia Exterminador do
Futuro, Arnold Schwarzenegger, de 73 anos, conclamou em as pessoas a
seguirem seu exemplo e tomarem a vacina. (Folha)
E enquanto
todos olham para a Covid-19, os republicanos tentam adiar a votação do impeachment “retroativo” de
Donald Trump. (New York Times)
Embora o
procurador-geral da República, Augusto Aras, tenha espalmado o papel de
investigar ações contra a atuação do Executivo na Pandemia – e sido
duramente criticado – procuradores federais de primeira instância abriram
pelo menos duas ações nesse sentido, uma no Distrito Federal
e outra no Amazonas. De qualquer forma, caberá a Aras transformá-las em
denúncia ao STF. (Globo)
Liderando com
folga a corrida pela presidência do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-RJ), disse
hoje não ver na atuação de Bolsonaro durante a pandemia
crime de responsabilidade que justifique um processo de impeachment. À
frente de um amplo grupo que vai do centrão ao PT, Pacheco disse que vai
“concentrar as energias e esforços para a pacificação”.
Mais cedo, sem
falar a palavra impeachment, Bolsonaro disse a apoiadores que, “se Deus
quiser”, vai continuar seu mandato. Hoje, 61 processos
pedindo seu afastamento, sendo 54 do ano passado, dormem na gaveta do
presidente da Câmara.
Por isso, aliás,
todos os olhos estão na disputa pela cadeira de Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Ontem, o PSL trocou de lado e passou a apoiar o governista
Arthur Lira (PP-AL). Baleia Rossi (MDB-SP), candidato de Maia, tem,
oficialmente, 238 votos, contra 230 de Lira. Mas essa é a conta dos
partidos. Como a votação é secreta, cada parlamentar vota em quem quiser.
O movimento Livres,
de orientação liberal, entrou na Justiça Federal com uma ação contra o
presidente Jair Bolsonaro para que ele apresente as provas que diz ter de fraude na
eleição de 2018. No ano passado, em Miami, ele afirmou que teria vencido no
primeiro turno, não fosse por fraudes, e que podia provar. (Veja)
E o MBL,
o Vem Pra Rua e o ex-candidato João Amoêdo (Novo) lançaram um abaixo assinado pedindo o impeachment de
Bolsonaro.
O deputado Eduardo
Bolsonaro (PSL-SP) foi condenado pela Justiça de São Paulo a pagar
uma indenização de R$ 30 mil à jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha.
Em maio, ele disse no Youtube que a repórter “tentava seduzir (fontes) para
obter informações prejudiciais ao presidente Jair Bolsonaro”. O deputado
ainda pode recorrer.
Os mecanismos da
democracia
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Canal Meio - No dia com mais mortes, Bolsonaro insiste no negacionismo
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