O presidente do Superior
Tribunal de Justiça, Humberto Martins, transformou na noite de ontem
a prisão preventiva do prefeito afastado do Rio,
Marcelo Crivella (Republicanos), em prisão domiciliar com uso de
tornozeleira eletrônica. O ministro justificou sua decisão dizendo que o
prefeito faz parte de grupo de risco de Covid-19. Ele precisará permanecer
em endereço fixo, não pode ter contato com qualquer pessoa fora familiares,
médicos ou seus advogados e terá de entregar telefones e computadores.
Crivella havia
sido preso na manhã de terça-feira e afastado do cargo
por decisão judicial. Após audiência de custódia, a desembargadora Rosa Helena
Penna Macedo Guita havia decidido manter a prisão. Crivella é apontado pelo
Ministério Público como comandante de uma organização criminosa operada pelo
empresário Rafael Alves.
Bela Megale: “Em
delação firmada com o Ministério Público Estadual do Rio, empresários que
participaram do esquema de corrupção envolvendo Marcelo Crivella revelaram
o pagamento de 2% e 3% de propina sobre os contratos firmados com
a gestão do prefeito.” (Globo)
Outra acusação do
MP contra Crivella é de tentar obstruir as investigações. Segundo os
promotores, em setembro, durante uma operação policial, o prefeito entregou
aos investigadores o celular de outra pessoa, não o próprio, e com um chip
antigo. Na mesma ocasião, ele se recusou a revelar a polícia a senha de um
de seus telefones. Mas o caso mais curioso aconteceu em março, a primeira
fase da Operação Hades. Crivella telefonou para o empresário Rafael Alves,
apontado como operador do esquema de propinas, no momento que a polícia
fazia uma ação. Foi um delegado, não o empresário que atendeu a chamada do
prefeito. (Globo)
Segundo Lauro
Jardim, a desembargadora decretou a prisão de Crivella agora porque, ao
deixar a prefeitura em janeiro, ele perderia o foro privilegiado, levando o processo para uma
instância inferior. (Globo)
As investigações não
se limitam ao prefeito. O Ministério Público do Rio de Janeiro identificou
uma movimentação atípica de quase R$ 6 bilhões na Igreja Universal do Reino de Deus,
da qual Crivella é bispo licenciado, entre maio de 2018 e abril de 2019.
Para os promotores, a igreja, liderada por Edir Macedo, tio do prefeito,
seria usada para lavar dinheiro do esquema de propinas.
Uma das
consequências políticas da prisão de Crivella é
que seu partido, o Republicanos, deixa de ser uma alternativa para o presidente Jair Bolsonaro, que
está sem legenda e viu fracassar a tentativa de criar sua Aliança pelo
Brasil. Não se sabe por quanto tempo seus filhos, o senador Flávio e o
vereador Carlos, permanecerão no partido. (Estadão)
Andréia Sadi: “O
que a ala política do governo federal temia aconteceu: um dos principais
candidatos apoiados pelo presidente foi preso. Fontes que conversaram com o blog afirmam
que, por um erro de estratégia do presidente na campanha, o Planalto deu de
'bandeja' à oposição a possibilidade de exploração da prisão de Crivella
como um caso de um aliado do presidente - e vão colar o episódio à imagem
do governo federal.” (G1)
A prisão de
Crivella, além de agitar as rodas políticas,
serviu de matéria prima para uma das mais exuberantes indústrias nacionais,
a da sátira. Marcelo Adnet, Fábio Porchat e outros humoristas não perdoaram. E o compositor Edu Krieger fez até
uma homenagem natalina.
Falando a
apoiadores em Santa Catarina, o presidente
Jair Bolsonaro voltou a atacar sem provas o sistema de votação brasileiro e
chegou a dizer que, “sem voto impresso em 2022, pode esquecer a eleição”. Ele não deixou claro se
estava falando de não conseguir se reeleger ou se estava ameaçando impedir
a realização do pleito.
Painel: “Uma
declaração de Dilma Rousseff (PT) na noite de segunda embolou de novo as perspectivas de escolha do
candidato à presidência da Câmara do bloco de Rodrigo Maia (DEM-RJ). A
petista questionou se há ‘alguém mais contra a democracia do que foi o
MDB’, em sinal de veto a Baleia Rossi (MDB-SP). Além de Dilma, o
ex-prefeito Fernando Haddad (PT) também se colocou contra Baleia
internamente. O impeachment foi relembrado, para mencionar que o MDB não
cumpre acordos.” (Folha)
Impunidade é
a palavra de ordem. Em vias de deixar a Casa Branca, Donald Trump, perdoou 20 condenados. Na lista estão dois assessores
envolvidos no escândalo da influência russa nas eleições de 2016, quatro
militares condenados por mortes de civis no Iraque e três ex-congressistas
republicanos acusados de corrupção. Só gente boa. Já na Rússia, Vladimir Putin
assinou um decreto concedendo imunidade vitalícia e retroativa a todos os
ex-presidentes e seus familiares. (Folha)
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